22 maio 2008

Torcato Sepúlveda


Sem mais palavras, a partir de um site recentemente descoberto e de outro, já velho conhecido:
E agora dizem-me que o Torcato Sepúlveda se foi, assim, dum dia para o outro. Tal como uma vez, há muitos anos, se fez à estrada, a caminho do exílio, mas desta vez sem esperança de retorno. E de repente, mais nada. Só a dor dos amigos. E um grande, estúpido e desarvorado silêncio à beira do lugar vazio.
Um adeus triste a um jornalista inteiro, por Viriato Teles. E também por Francisco José Viegas. Assim:
Nunca se devia chorar desta maneira a quem nunca se dirá adeus, adeus, adeus, mesmo que essa palavra exista, mesmo que essa palavra não exista lá, para onde vais.

20 maio 2008

Crime e castigo

Para que não se diga que este blog não fala de coisas sérias, ora façam o favor de responder a este pequeno inquérito...
José Sórates devia ser castigado? Porquê?
Sim. Porque fuma nos aviões.
Sim. Porque não cumpre o que promete.
Sim. Porque tirou o curso na Moderna.
Sim. Porque sim.
Não. Porque fuma nos aviões.
Não. Porque namora com a Fernanda Câncio.
Não. Porque não há castigo que chegue.
Nao. Porque não.

19 maio 2008

Eles não se calam

O episódio do "por qué no te callas" dirigido por Juan Carlos de Espanha a Hugo Chávez da Venezuela em Novembro passado foi amplamente noticiado na altura. O que poucos viram foi aquilo que originou a zanga do monarca: o discurso, incómodo porque inquestionavelmente verdadeiro, do Presidente da Nicarágua Daniel Ortega. Não admira que o rei ficasse incomodado...

07 maio 2008

Os bois pelo nome

Em Lisboa, numa conferência sobre "desenvolvimento sustentável" promovida pelo BES e pelo Expresso, Bob Geldof reafirmou aquilo que toda a gente sabe, mas poucos se atrevem a dizer em voz alta: que Angola é um país com um enorme potencial que não aproveita porque é "gerido por criminosos". O partido do poder angolano reagiu, o jornal do partido do poder chamou-lhe comediante, os amigos do partido e do poder acusam-no de "não conhecer a realidade angolana". Até boa parte da "oposição" angolana, na vaga esperança de se tornar o poder que se segue, veio "repudiar" as afirmações de Geldof. E nem Barceló de Carvalho, Bonga, escapou à enxurrada de espontâneos defensores do regime cleptocrata vigente em Angola: talvez na esperança de, assim, aceder mais facilmente a umas migalhas do pão roubado diariamente aos angolanos, lá veio Bonga fazer coro com o poder que está e o poder que se segue e manifestar a sua "indignação", apelando à "repressão de qualquer tipo de atitude que vise manchar o país e o desempenho dos seus governantes"... E o BES, claro, ainda a conferência não tinha terminado e já fazia sair um comunicado demarcando-se das "declarações injuriosas" do músico. Confesso que nunca esperei viver o suficiente para ver um banco defender o MPLA! Mas Geldof conhece, e bem, o que se passa nessa Angola que, dizem, já foi "nossa" e agora é de José Eduardo dos Santos. Disse a verdade, de forma incómoda, directa e sem artifícios. Chamou os bois pelos nomes. E é isso que lhes dói.